Até a vitória, sempre!
Lembro-me nesta hora de muitas coisas, de quando te conheci na casa de Maria Antonia, de quando tu me propuseste vir , de toda a tensão dos preparativos.
Um dia vieram perguntar a quem devia avisar em caso de morte e a possibilidade real do fato nos golpeou a todos. Depois, soubemos que era certo, que numa revolução (verdadeira) ou se triunfa ou se morre. Muitos companheiros ficaram pelo caminho em direção à vitória.
Hoje, tudo tem um tom menos dramático, porque somos mais maduros, mas o fato se repete. Sinto que cumpri a parte do meu dever que me ligava à revolução cubana em seu território, e me despeço de ti, dos meus companheiros, do teu povo, que já é meu.
Faço uma renúncia formal a meus cargos na direção do partido, da minha função ministro, do meu grau de Comandante, da minha condição de cubano. Nada legal me liga a Cuba, a não ser laços de outra natureza que não se cortam com as nomeações.
Rememorando minha vida passada, penso ter trabalhado com suficiente honradez e dedicação para consolidar o triunfo revoluvionário. Minha única falha de certa gravidade foi a de não ter confiado em ti desde os primeiros momentos da Sierra Maestra e de não haver compreendido com suficiente rapidez tuas qualidades de condutor e de revolucionário. Vivi.
bjs,soninha
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