Café...tudo de bom!

4.4.11

À minha filha Adelina




Di, ainda não aprendi a ler nas entrelinhas da ordem universal e por isto me quedo abraçada à saudade que se transformou numa ponte entre mim e ti.

Não sei onde estás neste momento. Em qual dimensão paralela te ocultas e te propões a evoluir privando-nos do calor e da alegria da tua presença e da doçura da tua voz.

Os dias correm acelerados se afastando da data fatídica em que nos separaram, mas é como se fôra ontem.

Não ne disseram nem me ensinaram o que fazer quando um filho parte para a outra dimensão e,simplesmente me perdi. Envolta num turbilhão de loucura me agarrei com unhas e dentes aos fiapos da vida tentando preservar a minha sanidade.

A fé vacilou! a oração perdeu o seu sentido e as lágrimas secaram como as terras nordestinas que penam por uma gota d'água. Os anos se passaram e creio que não enlouqueci, não sei!

Às vezes penso que sim outras que não, mas nem isto mais me importa.

À medida que os dias se esgarçam e se dobram sobre si mesmos o meu automatismo desaparece,a dor dói tanto que não há como saná-la, apenas posso aceitá-la pois sei que não há remédio para ela.

De tudo resta-me a certeza de que,à medida que os dias passam mais se aproxima o nosso reencontro.

Espero que ne recebas quando daqui eu partir a fim de que eu possa estreitar-te em meus braços e minimizar a saudade que tomou conta de mim.

Fica com Deus filha e não te esqueças que,embora meio atabalhoada ,atrapalhada e muitas vezes de uma maneira esquisita, eu sempre te amei.

Paz!

Tua mãe sônia


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