Café...tudo de bom!

15.6.11

Efemeridade



Sem imaginar que dias viriam em que ela se olharia no espelho e não se veria mais, daquela maneira, movida pela vaidade feminina, orgulhava-se de ter um corpo escultural, cabelos negros e sedosos que desciam como cascata sobre os seus ombros, e um rosto divinamente belo como se tivesse sido  talhado por um grande artista plástico.

Inda criança, ela jamais imaginara que alguma coisa pudesse ocorrer truncando os planos que havia traçado para a usa vida  - Seria modelo! Este era o seu sonho principal, os outros não tinham tanta importância, assim pensava.

Estudar, casar e ter filhos não era muito importante, ela queria aproveitar enquanto era jovem e bela para conhecer o mundo e novas pessoas, através da profissão que escolhera.

Tanto se dedicou que, desde novinha, começou a transitar pelas passarelas atingindo o auge do sucesso aos vinte e dois anos,quando, admirando-se frente ao espelho,este lhe revelava todo o esplendor da sua beleza.

Desperta do seu devaneio com batidas na porta; era a camareira avisando-lhe que a esperavam no saguão do hotel para a próxima viagem.

Ansiosa por conhecer novos lugares, abriu a porta para que o empregado do hotel pegasse as malas enquanto a camareira desejava-lhe boa sorte estendendo-lhe um caderninho e solicitando-lhe um autógrafo. Envaidecida ela rabiscou o seu nome na folha em branco, em seguida o beijou a fim de deixar a marca dos seus lábios carmins, como prova de carinho a quem lhe servira.

Desce através do elevador, encontra-se com os companheiros de turnée entram no carro e seguem para o aeroporto. Transitaram poucos metros quando um carro de mudanças desgovernado choca-se brutalmente sobre eles, causando o maior estrago justamente no lado em que ela se encontrava.

Gerado o tumulto, transeuntes acionaram uma ambulância que a conduziu ao hospital mais próximo onde ela deu entrada ainda com vida, vindo a falecer após demorada cirurgia em que renomados cirurgiões lutaram bravamente para mantê-la viva porém tiveram que se render ao inevitável.

Na espiritualidade, as portas se abriram dando passagem a mais uma jovem que havia desperdiçado os seus dias envolta na ilusão da efêmera beleza física.

Ali,ela aprenderia que os verdadeiros valores são os valores imperecíveis...

Alguns meses depois a sua mãe recebe através do correio uma folha de papel com o seu nome e a marca dos seus lábios tingidos pelo batom que ela tanto gostava...

A vida continuou...nos dois planos!

Blogagem Coletiva: BCFV
Tema: JUVENTUDE


bjs,soninha


13 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Soninha
Nossa!!! De arrepiar tanta formosura e essência impregnada nas palavras, menina!!! Lindo!!!
Quantos sonhos!!!
Efemeridade???
Só Deus saberá...
Ilusões, talvez?!
Sabe, Soninha, não tinha a menor ideia de que era linda na juventude... vendo as fotos na atualidade, reconheço que o fui... ainda mais penetrando no fundo da minha alma... Mas não pude saborear esse atributo...
Vc descreveu lindamente um coração jovem... parabéns!!!
Me identifiquei com a sutileza e expressividade do seu post/relato...

"O verde só vinga com o Orvalho de Hermon, nas Montanhas do Sião".

Que o seu dia a dia seja amortecido pela força da juventude que habita em vc!!!
Bjs juvenis e de paz

Anne Lieri disse...

Soninha,que maravilhosa participação!Um conto comovente com um grande ensinamento!Bjs,

Adri disse...

Olá, Soninha!
Que leitura gostosa a do seu texto, que nos deixa aqui pensando no que realmente importa nessa vida...
Beijos!

AnaCristina disse...

oi sonia, um resfriadinho chato me tirou do trabalho hoje a tarde, entao vou aproveitar para visitar e comentar as coletivas! Depois da uma passadinha la na minha participacao! Bjo

Gina disse...

Soninha,
Você transitou muito bem pela efemeridade da beleza e até chegou à outra fase, para a qual não costumamos nos preparar...
Muito bom!
Bjs.

Bel Alves disse...

Soninha...adoreiiiiii...e fiquei...
Paz e bem

Maria Luiza disse...

Pois é, muitas vezes, a vida secular nos obriga a desviar-mos do que é perene, forte e seguro em busca do que é efêmero, sem saber. Boa reflexão! Gostei! meu abraço!

Rachel disse...

Adorei seu texto, triste, solitário e comovente!
Bjuss!!!

RUTE disse...

Olá Soninha,
que bom vc ter focado o excessivo culto da beleza em sua historinha. Perde-se tanto tempo na juventude olhando o espelho...
Querendo ser o que não somos...
Bom, mas faz parte do processo de crescimento...nos dois planos...
Beijinhos,
Rute

Socorro Melo disse...

Oi, Soninha!

Também participo desta blogagem coletiva, e esta é a minha primeira visita aqui, no seu Blog.
Muito boa a sua idéia de trazer à tona um problema tão sério, vivido por tantas meninas, que dão uma importância tremenda a beleza física, que é efêmera, e deixam de viver a vida real, envoltas em grande ilusão. Infelizmente é bastante comum ocorrer fatalidades como essa da história.

Um grande abraço
Socorro Melo

chica disse...

Nooossa, Soninha, que linda inspiração.De arrepiar! Adorei tua inspiração e mensagem...beijos,chica

Denise Carreiro disse...

Vc abordou uma faceta interessante, os jovens dão muito valor a aparência, querem roupas de grife, frequentam academia e usam o tempo buscando apenas coisas efêmeras. O verdadeiro valor da vida são as conquistas morais e o aprendizado, isso levamos conosco para onde formos, inclusive para o plano espiritual. Muita paz!

Zilda Santiago disse...

Adorei a narrativa.Guardadas as devidas proporções lembrou-me o Mancebo rico,quando Jesus disse:Vem...e ele não atendeu,apesar de não concordar que sejam efêmeros os sonhos de garota que deseja vencer fazendo o que sabe e gosta. Bjs no coração.Minha participação está em meu blog Rumos Libertadores!!!