Café...tudo de bom!

17.9.13

Regressar à Inocência


Seja como as crianças, mantenha os olhos abertos, sem preconceitos escondidos atrás da vista. Se olhar com clareza, pequenas flores, ou pedaços de relva, ou borboletas, ou um pôr do Sol proporcionar-lhe-ão tanta felicidade quanto a que Gautama Buda encontrou na sua iluminação. Isto não depende das coisas, mas sim da sua abertura. O conhecimento fecha-o; transforma-se numa cerca, numa prisão. Mas a inocência abre todas as portas e todas as janelas. 

O sol entra e uma brisa fresca flui. 

De repente, o perfume das flores faz-lhe uma visita. 

E de vez em quando um pássaro virá cantar uma canção e entrar por outra janela. 

A inocência é a única religiosidade que existe. 

A religiosidade não depende das escrituras sagradas nem do que se sabe sobre o mundo. Só depende de se estar preparado para ser como um espelho límpido, que nada reflete. 

Um total silêncio, inocência, pureza... e toda a existência é transformada para si. Cada momento passa a ser de êxtase. As pequenas coisas, como beber uma chávena de chá, tornam-se orações tão poderosas que nenhuma outra oração se lhes pode comparar. Basta observar uma nuvem a mover-se livremente no céu, e da inocência surge uma sincronicidade. A nuvem deixa de estar ali como um objecto e você deixa de estar ali como sujeito. Algo se encontra e funde com a nuvem. Então começa a voar com a nuvem. 

Começa a dançar com a chuva e com as árvores. Começa a cantar com os pássaros. Começa a dançar com os pavões, sem se mexer, sentado apenas, e a sua consciência começa a propagar-se à sua volta. 

No dia em que a sua consciência tiver tocado a existência, a religião nascerá dentro de si, e então terá renascido. 

Este é o seu verdadeiro nascimento. 

Osho, in 'Acreditar no Impossível'

Nenhum comentário: