Café...tudo de bom!

24.7.15

Onde estás, ó Ternura?!



Onde estás ó doce criatura,quando as crianças famintas amassam o barro e o comem,buscando mitigar a fome que corrói as suas entranhas; quando os pais desabam sobre os caixões dos filhos abatidos pela fúria da selvageria humana; quando as florestas ardem em chamas como se milhares de dragões desfilassem a céu aberto; quando os rios se transformam em esgotos e os peixes agonizam clamando por misericórdia?!

Imaginam-te extinta!

Nestes dissabores que se entremeiam e pulsam pelas veias da vida, ainda assim eu te percebo porque és imbatível!

Te percebo nas súplicas mudas do Eterno,debruçado sobre nós a observar a incúria das suas criaturas;no voejar sutil das abelhas ansiosas por adoçarem a vida humana;no brilho das pétalas multicoloridas que retratam o pincel do grande arquiteto e pintor...

No meio a este turbilhão de lances descontínuos e díspares ,quais miragens concêntricas espalhadas na areia quente sob o sol escaldante do deserto, estertoras agonizante,em súplica serena , desejosa de reingressar na alma do coletivo e em todas as manifestações de vida.

Sentes a tua vida por um fio...

Não fora Deus a manter-te viva neste aparente caos,já estarias soterrada sob os escombros das almas famintas e sedentas que se esqueceram de cultivar-te permitindo que ervas daninhas quase te sufocassem.Enquanto elas não se rendem ao divino jardineiro,esperas pacientemente regando com as tuas próprias lágrimas as raras sementes que de ti sobraram, sustando o teu desaparecimento da face da Terra para sempre...


*soninha*

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